Publicado em: 13/02/2025
Agricultores familiares da região atingida pelo rompimento da barragem de Fundão precisam estar atentos a um critério essencial para acessar indenizações e benefícios da Repactuação: a inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). O tema foi debatido em reunião realizada na sede da Emater, em Santa Cruz do Escalvado, com a presença da Assessoria Técnica Independente (ATI) Rosa Fortini.
A convite da Emater- Centro Rosa Fortini acompanha reunião com agricultores familiares - em Santa Cruz do Escalvado. Foto: PH Reinaux / ATI Rosa Fortini
O CAF é um documento obrigatório para produtores rurais acessarem políticas públicas, como crédito subsidiado, mercados institucionais e programas de apoio ao setor agrícola. “Criado pela Lei 11.326/2006, ele identifica e qualifica as Unidades Familiares de Produção Agrícola (UFPA), garantindo que os agricultores familiares tenham acesso a direitos específicos.” diz Arturo Andreazzi - coordenador regional da Emater
O Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) é essencial para agricultores familiares acessarem políticas públicas e benefícios, incluindo indenizações previstas na Repactuação. Para se enquadrar no CAF, é necessário atender a alguns critérios específicos:
Documentos pessoais (de todos os membros da Unidade Familiar de Produção Agrária - UFPA, maiores de 16 anos):
✔️ CPF (obrigatório para maiores de 16 anos)
✔️ Comprovante de residência da UFPA
Autodeclaração ou comprovante de renda dos últimos 12 meses (um desses documentos) (todos os membros):
✔️ Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
✔️ Bloco de Produtor Rural ou relatório de Emissão de Nota Fiscal Eletrônica - Nfe
✔️CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais)
✔️Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos (Decore) contábil.
✔️Antodeclaração da renda auferida pela Unidade Familiar de Produção Agrária (Anexo I)
Cópia da documentação comprobatória de propriedade ou posse legal da terra:
Propriedade da terra (um desses documentos):
✔️ Certidão de matrícula do imóvel
✔️ Escritura
✔️ Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR)
✔️ Comprovante do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)
Posse Legal (um desses documentos)
✔️ Contrato de arrendamento
✔️ Contrato de parceria agrícola
✔️ Contrato de comodato
✔️ Contrato de meação
✔️Cessão de direito sobre o imóvel
✔️Termo de autorização de uso sustentável (União ou Prefeitura Municipal)
✔️ Autodeclaração de ocupação de área de terra
✔️Declaração de consentimento para ocupação
✔️Autodeclaração de extrativista não ocupante
✔️Escritura pública de doação ou compra com reserva de usufruto
✔️Certidão de Cadastro de Imóvel
Documentos adicionais (quando aplicável):
✔️ Comunidades quilombolas e indígenas → Autodefinição de identidade étnica e pertencimento étnico-indígena ou étnico-quilombola
✔️ Pescadores(as) → Registro de Pescador Profissional, categoria artesanal
✔️ Extrativistas → Autodeclaração de extrativista não ocupante de área de terra
A Emater tem alguma publicações sobre o CAF:
No contexto da Repactuação, apenas agricultores que possuem propriedades a até 5 km dos rios Doce e Gualaxo poderão acessar indenizações. Para isso, o cadastro no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) é essencial, garantindo o acesso a direitos e apoio para a continuidade das atividades produtivas. No entanto, a Emater não define a elegibilidade dos atingidos, apenas orienta sobre o cadastramento.
Além disso, o Programa de Transferência de Renda (PTR) foi criado para apoiar agricultores familiares e pescadores(as) artesanais impactados pelo rompimento da barragem de Fundão. O benefício pode durar até quatro anos, com pagamentos mensais de 1,5 salário-mínimo nos três primeiros anos, seguidos de um salário-mínimo por mais um ano.
Para acessar o PTR-RURAL, é necessário estar cadastrado no CAF ou na Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) até março de 2025 e atuar em uma propriedade rural dentro do limite estabelecido. No caso do PTR-PESCA, é exigida a Carteira de Pescador Profissional ou o protocolo de solicitação do registro até 30 de setembro de 2024, além de residência em um dos municípios atingidos da Bacia do Rio Doce.
A gestão do PTR será feita pelo governo federal, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), responsável pelo PTR-RURAL e o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) pelo PTR-PESCA. A ATI Rosa Fortini segue acompanhando o processo, garantindo que as informações sejam acessíveis e que as comunidades possam tomar decisões com autonomia.
https://youtu.be/s0K6G2xKYEQ