Atingidos cobram transparência da Fundação Renova

Publicado em: 23/08/2019

Pela primeira vez, representantes de atingidos e da assessoria técnica independente participam de uma reunião da Câmara Técnica de Participação, Diálogo e Controle Social (CT PDCS). Após muitos problemas enfrentados no Território devido à falta de diálogo, de transparência e de respostas por parte da Fundação Renova, os atingidos levaram ao conhecimento dos membros da CT PDCS as principais deficiências na execução dos Programas 06 (Participação, Diálogo e Controle Social), 35 (Informação para População) e 36 (Comunicação Nacional e Internacional).
 
Entre os problemas, eles citaram a falta de transparência nos dados de controle social, falta de participação efetiva dos atingidos na elaboração dos programas, projetos e atividades em conformidade com a realidade do território, morosidade nas respostas das solicitações nos canais de atendimento, postura inadequada dos atendentes, ausência ou negativa de protocolo no atendimento.
 
Representando a Comissão de Atingidos de Santa Cruz do Escalvado, Maria da Penha Rocha da Conceição, questionou a qualidade do atendimento nos postos da Fundação Renova. “A gente é atendido como pedinte, nem olham pra gente, apenas digitam o que falamos, sem nos dá a atenção e acolhimento devido. Não importa se é faiscador, pescador, comerciante ou produtor rural, a resposta é sempre a mesma: está em análise”, relatou. Ela ainda contou que a ausência de respostas tem causado danos à Saúde, como ansiedade, aumento do consumo de bebida alcoólica, brigas e discórdias. 
 
Para o representante da Comissão de Atingidos de Rio Doce, Antônio Áureo do Carmo, é importante que os atingidos tenham uma participação efetiva nas Câmaras Técnicas. “Sabemos da importância dos trabalhos técnicos, mas os técnicos não podem desprezar ou ter dó dos atingidos. O ideal é somar a vivência deles aos trabalhos”, ressaltou.
 
“Através da participação nas Câmaras Técnicas podemos compreender sua importância como espaço de debate, construção coletiva e deliberações de ações mais eficazes no que se refere às tratativas da população atingida”, afirmou a assistente social do Centro Alternativo de Formação Popular Rosa Fortini, Acácia Cruz Santos.
 
Ao final da reunião foram aprovados alguns encaminhamentos. Na área da Comunicação, os membros da CT PDCS, solicitaram que a Fundação Renova amplie os meios de informação, como jornal, rádio, carros de som, de maneira que as notícias sejam mais acessíveis e não se restrinjam aos canais digitais, considerando que muitas pessoas não têm acesso à Internet.
 
Outro encaminhamento foi o pedido de revisão dos programas com a desassociação da pasta “Controle Social” do “Diálogo”, uma vez que tem conceitos distintos. Foi sugerida também a criação do pilar “Transparência”.
 
A Fundação Renova deverá apresentar, na próxima reunião da CT PDCS, suas propostas de melhorias às demandas apresentadas pelos atingidos, além dos dados de monitoramento e ações que demonstrem como ocorre o “Controle Social” no Território.
 

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