Atingidos do Simplício participam do Núcleo de Base Formação em Direitos

Publicado em: 14/06/2019

Assessores Técnicos do Centro Rosa Fortini e moradores do Simplício
No último dia 10, no Simplício, comunidade rural de Ponte Nova localizada às margens do rio do Carmo, a equipe técnica do Centro Rosa Fortini desenvolveu os trabalhos do Núcleo de Base com o tema Formação em Direitos. Neste dia, os atingidos foram orientados sobre seus direitos fundamentais para justa reparação e compensação pelos danos sofridos com o rompimento da barragem da Samarco.  Eles conheceram termos técnicos da área jurídica utilizados comumente pelas instituições/empresas que tem contato com a comunidade e também aproveitaram para esclarecerem suas dúvidas com os técnicos.
 
Maria das Graças Dominiguite, uma das moradoras atingidas, disse que foi indenizada em 2018, mas não ficou satisfeita. “Eles marcaram uma reunião e eu fui sozinha. A  indenização que me pagaram não foi justa, meu sítio pegou bastante lama, meu prejuízo grande. O rejeito não está deixando a gente produzir, a gente planta e não sai nada, nem mandioca está saindo. O rejeito matou meu pomar todo, muitas frutas, minhas galinhas. As cercas da beirada do Rio ficaram em cima de buracos. Eles prometeram arrumar minha estrada e não apareceram mais”.
 
Esta etapa do Núcleo de Base abordou os direitos básicos dos atingidos e foi realizada em nove comunidades de Santa Cruz do Escalvado e onze comunidades de Rio Doce. Os Núcleos de Base são pequenos grupos formados por atingidos que residem em uma mesma comunidade ou território. São pessoas que se unem em busca de um objetivo comum que é defender seus direitos e lutar por melhores condições de vida. Cada atingido tem sua maneira de ser, de viver, seu modo de vida, o que é importante para compor uma luta coletiva. As reuniões acontecem, a cada dois meses, para que os atingidos possam refletir, trocar experiências e informações, se fortalecerem e trabalharem junto com as Comissões.
 
“A luta pela reparação e compensação pelos danos sofridos tem que ser coletiva e é neste sentido que existem as Comissões de Atingidos e os Núcleos de Base. Ninguém deve soltar a mão de ninguém, pois unidos terão mais força para o enfrentamento das demandas e reivindicações locais”, explicou Vanderlei Silva Cruz, assessor jurídico do Centro Rosa Fortini.
 

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