Encontro realizado em Novo Soberbo abordou cultura, cooperação e soberania como pilares para o futuro coletivo de Chopotó, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado
Na noite da última quarta-feira (24), um grupo de moradores do território de Chopotó, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado participaram de uma roda de conversa com a economista e consultora em desenvolvimento local da ATI Rosa Fortini, Leila Maria Bedeschi Costa, realizada na comunidade de Novo Soberbo. O encontro, promovido pela ATI, teve como foco refletir sobre as possibilidades de desenvolvimento coletivo para o território atingido pelo rompimento da barragem de Fundão em 2015.
Durante a conversa, Leila destacou que pensar em desenvolvimento vai além da ideia de dinheiro circulando. Para ela, é essencial considerar as práticas culturais e os saberes locais como ponto de partida. “Quais são as coisas que já acontecem no território onde eu vivo e trabalho e que podem ser usadas no futuro? A gente precisa pensar no que queremos para nossa cidade e como queremos vê-la em 20 anos”, provocou.

Os participantes foram convidados a compartilhar suas vivências e, a partir dos relatos, refletir sobre alternativas sustentáveis e coletivas de crescimento. Uma das principais questões levantadas foi a necessidade de superar a cultura individualista que, segundo Leila, ainda representa um entrave importante para o avanço de demandas locais, especialmente no que diz respeito à construção de iniciativas cooperativas.
“Se a gente quiser desenvolver nosso território, temos que pensar quem compõe o grupo que toma decisões”, afirmou a economista. Ela também diferenciou os conceitos de governo e governança, ressaltando que o desenvolvimento exige mais do que ações pontuais do poder público: é necessário fortalecer a capacidade da comunidade de se organizar, dialogar e construir seus próprios caminhos.
Para Joelmar Pinto Pereira (Mazinho), morador da região, a reunião foi produtiva e trouxe esclarecimentos importantes. “A economista foi bem incisiva nas questões do coletivo e do papel do poder público. […] A Rosa Fortini está no caminho certo, trazendo transparência e informação. Se o pessoal não comparecer, não pode dizer depois que não teve oportunidade de participar”, pontuou.
Adesão e próximas reuniões
Na avaliação da ATI, a reunião foi muito produtiva quanto ao debate. Esta foi a primeira de outras oportunidades que estão sendo construídas para inspirar as pessoas preparando-as para o momento de elaboração dos projetos em suas comunidades.
Essa roda de conversa faz parte de um processo conduzido pela ATI Rosa Fortini para formação junto às comunidades, no intuito de fortalecer a capacidade de organização social nos territórios. A ideia é oferecer espaços de escuta, aprendizado e diálogo para que o próprio território possa pensar, de forma coletiva, em propostas sustentáveis de desenvolvimento, baseadas em suas realidades e potencialidades locais. A próxima reunião acontecerá na cidade de Rio Doce em data ainda a ser confirmada.
